“DO SABER SÁBIO AO SABER ENSINÁVEL”: UMA ANÁLISE DA TRANSPOSIÇÃO DIDÁTICA DO CONHECIMENTO DE CIÊNCIAS SOCIAIS PARA O ENSINO MÉDIO

Autores

Palavras-chave:

Sociologia, Ensino Médio, Transposição didática

Resumo

O objetivo do artigo é analisar a transposição do conhecimento de Ciências Sociais (Antropologia, Ciência Política e Sociologia), por parte de professoras/es, para os jovens estudantes da Escola de Ensino Médio (EEM) Tomaz Pompeu de Sousa Brasil, em Acaraú-CE. Metodologicamente, adotamos uma abordagem qualitativa através da pesquisa de campo com o uso da observação participante, entrevistas semiestruturadas e análise documental. A partir da pesquisa desenvolvida, concluímos, principalmente, que: a transposição do conhecimento acadêmico para a educação escolar está diretamente relacionada ao contexto social das/os professoras/es. A prática docente do ensino de sociologia é resultado da relação contínua que existe entre pesquisadoras/es e profissionais da educação (recontextualização pedagógica) e o Estado (recontextualização oficial) e da convergência ou divergência que estes apresentam; ou seja, em qualquer análise e/ou reflexão sobre a transposição didática do conhecimento de Ciências Sociais é fundamental levar em consideração os aspectos sociais, culturais e econômicos do contexto espacial e temporal em questão, mas também os aspectos específicos da prática docente, aqueles que ocorrem na sala de aula e no encontro entre professor/a e aluno/a propriamente dito.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Joannes Paulus Silva Forte, Universidade Estadual Vale do Acaraú (UVA-CE)

Doutor em Ciências Sociais (Unicamp); professor dos cursos de Ciências Sociais e Mestrado Profissional de Sociologia em Rede Nacional (ProfSocio) da Universidade Estadual Vale do Acaraú (UVA-CE); líder do Grupo de Estudos e Pesquisas Educação, Cultura e Sociedade (GEPE); professor convidado do Conservatoire National des Arts et Métiers / Hautes Écoles Sorbonne Arts et Métiers (CNAM/HESAM, Paris-França); coordenador do projeto de pesquisa "The shuttle of work: the life of intermittent workers in department stores in Brazil", no âmbito da cooperação internacional entre a UVA-CE e o CNAM, com o apoio do Conselho Nacional de Pesquisa e Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq); e pesquisador de pós-doutorado no Laboratoire interdisciplinaire pour la sociologie économique (Lise) - UMR 3320 Centre National de la Recherche Scientifique (CNRS) / CNAM, Paris-França.

Lucas Eduardo Ferreira, Secretaria da Educação do Ceará (SEDUC-CE)

Mestre em Sociologia pelo Mestrado Profissional de Sociologia em Rede Nacional (ProfSocio-UVA-CE). Professor efetivo de Sociologia da rede pública estadual de ensino/Secretaria da Educação do Ceará (SEDUC-CE).  Tem experiência na área de Ciências Sociais, com ênfase nos fundamentos e metodologias do ensino de Sociologia.

Referências

AL-RAMAHI, N.; DAVIES, B. Changing primary education in Palestine: pulling in several directions at once. International studies in sociology of education, v. 12, n. 1, p. 59-76, 2002.

ANDRÉ, Maria Eliza D. A. Etnografia da prática escolar. 16.ed. Campinas: Papirus, 2009.

APPLE, Michael W. A vida dos estudantes e a política de reforma curricular. Pátio: revista pedagógica, Porto Alegre, v. 12, n. 45, p. 32-34, 2008.

BERNSTEIN, B. A estruturação do discurso pedagógico: classe, códigos e controle. Vozes: Petrópolis, 1996.

BERNSTEIN, B. Pedagogía, control simbólico e identidad: teoria, investigación y crítica. Madrid: Ediciones Morata, 1998.

BERNSTEIN, B. A pedagogização do conhecimento: estudos sobre recontextualização". In: Cadernos de pesquisa. n. 120, p.75-110, nov. 2003.

BRASIL. MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO (MEC). Orientações Curriculares do Ensino Médio. Brasília, 2006.

BRASIL. Parecer nº 853 de 12 de novembro de 1971. Núcleo comum para os currículos do ensino de 1º e 2º graus. A doutrina do currículo na Lei n. 5.692. In: Documenta nº 132, Rio de Janeiro, nov. 1971b.

BRASIL. Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira. Censo da Educação Básica: Sinopse Estatística da Educação Básica – 2018. Brasília: INEP 2018.

CEARÁ. Manual de orientações das ações do professor diretor de turma. Fortaleza:

SEDUC/CODEA/GESTÃO, 2019.

CERTEAU, M. de. A invenção do cotidiano: artes de fazer. Petrópolis: Vozes, 1994. (v.1. 2v.)

CHEVALLARD, Yves. La transposition didactique: du savoir savant au savoir enseigné. 2.ed. Grenoble: La Pensée sauvage, 1991.

GARCIA, Vera C. G. Fundamentação teórica para as perguntas primárias: o que é Matemática? Por que ensinar? Como se ensina e como se aprende? Educação, v. 32, n. 2, p. 176-184, 2009.

GOULART, D. C.; SOUSA, D. T. de. O livro didático de Ciências Sociais, contribuições e disputas na construção do campo de ensino de Ciências Sociais. In: CARUSO, H.; SANTOS, M. B. dos (Orgs.). Rumos da Sociologia na educação básica: ENESEB 2017, reformas, resistências e experiências de ensino. Porto Alegre: Cirkula, 2019. p. 147-157.

HANDFAS, A.; Polessa, Julia. O estado da arte da produção científica sobre o ensino de sociologia na educação básica. BIB - Revista Brasileira de Informação Bibliográfica em Ciências Sociais, v.1, p.45 – 61, 2014.

LIBÂNEO, José Carlos. Didática. 2. ed. São Paulo: Cortez, 1994.

MAINARDES, Jefferson; STREMEL, Silvana. A teoria de Basil Bernstein e algumas de suas contribuições para as pesquisas sobre políticas educacionais e curriculares. Teias, Rio de Janeiro, v. 11, n. 22, p. 31-54, 2010.

MILLS, C. W. A imaginação sociológica. Rio de Janeiro: Zahar, 1972.

NETTO, José Paulo. Introdução ao método da teoria social – Serviço Social: direitos sociais e competências profissionais. Brasília: CFESS/ABEPSS, 2009. p.668-700.

SACRISTÁN, J. Cimeno. O currículo uma reflexão sobre a prática. Porto Alegre: Artmed, 2000.

SANTOS, Beatriz Boclin Marques dos. O currículo das escolas brasileiras na década de 1970: novas perspectivas historiográficas. Ensaio: aval. pol. públ. Educ., Rio de Janeiro, v. 22, n. 82, p. 149-170, 2014.

SILVA, Ileizi Fiorelli. A sociologia no ensino médio: os desafios institucionais e epistemológicos para a consolidação da disciplina. Cronos, Natal-RN, v.8, n.2, p.403- 427, jul./dez. 2007. Disponível em: <http://www.rbgdr.net/extra_n01/artigo9.pdf>.

SILVA, Ileizi Luciana Fiorelli. Fundamentos e metodologias do ensino de sociologia na educação básica. In: SILVA, Ileizi L. Fiorelli; LIMA, Angela Maria de Sousa; NUNES, Nataly; LIMA, Alexandre Jerônimo Correia (Orgs.). Caderno de metodologias de ensino e de pesquisa de Sociologia. SETI-PR, 2009. p. 15-35.

SOUSA NETO, Manoel Moreira; ALMEIDA, Rosemary de Oliveira; PESSOA, Márcio Kleber Morais. Ferramenta didática ou guia curricular? Percepção de professores sobre o processo de escolha dos livros didáticos de Sociologia em escolas do Ceará. Política e sociedade, v. 14, p. 155-179, 2016.

TARDIF, M. Saberes docentes e formação profissional. Petrópolis: Vozes, 2002.

Downloads

Publicado

16-02-2024

Como Citar

Forte, J. P. S., & Ferreira, L. E. (2024). “DO SABER SÁBIO AO SABER ENSINÁVEL”: UMA ANÁLISE DA TRANSPOSIÇÃO DIDÁTICA DO CONHECIMENTO DE CIÊNCIAS SOCIAIS PARA O ENSINO MÉDIO. Revista Homem, Espaço E Tempo, 17(1), 45–67. Recuperado de //rhet.uvanet.br/index.php/rhet/article/view/542

Edição

v. 17 n. 1 (2023): Revista Homem, Espaço e Tempo

Seção

ARTIGOS

Licença

Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos: Autores mantêm os direitos autorais e concedem à RHET o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Creative Commons Attribution License, que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria do trabalho e publicação inicial nesta revista. Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista. Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.:em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) após o processo editorial, já que isso pode aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado (Veja o Efeito do Acesso Livre). Autores são responsáveis pelo conteúdo constante no manuscrito publicado na revista. Autores são responsáveis por submeter os artigos acompanhados de declaração assinada de um revisor da língua portuguesa, declaração assinada do tradutor da língua inglesa e declaração assinada do tradutor da língua espanhola ou francesa.