LUGAR E TERRITÓRIO NA COMPREENSÃO DAS VIOLÊNCIAS DA BRANQUITUDE PARA UMA EDUCAÇÃO GEOGRÁFICA ANTIRRACISTA

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Mots-clés :

Lugar. Território. Branquitude. Racismo Científico.

Résumé

O ensino das categorias geográficas lugar e território mobiliza as noções de identidade e pertencimento, além das relações dialéticas entre determinações locais e globais. O presente trabalho objetiva que as categorias lugar e território sejam instrumentos de uma educação geográfica antirracista, a partir de diálogos com os estudos críticos da branquitude. Ao deslocar o branco da posição de normatividade, é possível refletir de modo crítico sobre lugares “apropriados” para cada identidade racial, bem como os processos que criam normas sobre os territórios. A Lei de Diretrizes e Bases da Educação (Lei nº 9.394/96), em suas alterações dadas pelas Leis 10.639/03 e 11.645/08, obriga o ensino de História e Cultura Afro-Brasileira, sendo a Educação das Relações Étnico-Raciais parte constituinte do currículo de qualquer disciplina. Embora a raça tenha sido desconstruída biologicamente, visto que a doação de sangue e órgãos não segue nenhuma divisão racial, ela permanece como prática social, com efeitos materiais e simbólicos reais. Sendo o racismo sistêmico, todas as pessoas são socializadas em uma estrutura racista. Optou-se por explorar o racismo científico como meio de expor as violências da branquitude que atravessam a produção científica e cultural, para pensar as formas como educadores projetaram as instituições educacionais e como se dão as práticas presentes nas instituições públicas de ensino em suas relações com a supremacia branca. 

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Publiée

2025-12-28

Comment citer

Alves Bittencourt, A. (2025). LUGAR E TERRITÓRIO NA COMPREENSÃO DAS VIOLÊNCIAS DA BRANQUITUDE PARA UMA EDUCAÇÃO GEOGRÁFICA ANTIRRACISTA . Revista Homem, Espaço E Tempo, 2(19). Consulté à l’adresse //rhet.uvanet.br/index.php/rhet/article/view/699

Numéro

Rubrique

DOSSIÊ EDUCAÇÃO PARA RELAÇÕES ÉTNICO-RACIAIS E A CONSTRUÇÃO DE UM BRASIL DEMOCRÁTICO E POPULAR: TERRITÓRIO, INTERCULTURALIDADE E SABERES QUE VÊM DAS MARGENS