TIO, EU VI MINHA MÃE OXUM! — EDUCAÇÃO, RACISMO RELIGIOSO E ESPERANÇA
Keywords:
Afrocentric education. Religious racismo. Black childhoods.Abstract
This article reflects on the presence of religious racism in everyday school life and the possibilities for resistance through Afrocentric pedagogical practices. Based on an experience report from a public school in the North Zone of Rio de Janeiro during Black Consciousness Month, the article analyzes the school community's reaction to a theatrical performance that addressed elements of African-based religions. The episode highlights how the school's supposed neutrality often operates as a pact to silence Black spiritualities. Based on authors such as Freire (1996), Munanga (1999), Nascimento (1980), Bento (2019), Gomes (2005), Asante (1991), and Nogueira (2020), the study discusses how Afrocentricity, orality, and spirituality are configured as legitimate dimensions of school education. The methodology used is narrative and qualitative, centered on the author's experience as a pedagogical coordinator. The text highlights both institutional obstacles—marked by fear of difference and inaction in the face of religious racism—and the power of Black childhoods to re-enchant school and affirm their ancestry. A child's symbolic reunion with Oxum during the presentation becomes a marker of hope and educational resistance, pointing to possible paths to breaking with the dominant Eurocentric model.Downloads
References
ASANTE, Molefi Kete. Afrocentricidade: a teoria do afrocêntrico. Tradução: Eliane Gomes Santana. Salvador: EDUFBA, 2009.
BENTO, Maria Aparecida Silva. O pacto da branquitude. São Paulo: Companhia das Letras, 2019.
CARNEIRO, Sueli. Racismo, sexismo e desigualdade no Brasil. São Paulo: Selo Negro, 2011.
EMICIDA. Levanta e Anda. Álbum: O Glorioso Retorno de Quem Nunca Esteve Aqui. Laboratório Fantasma, 2013. [Letra de música]
EMICIDA. AmarElo. Álbum: AmarElo. Laboratório Fantasma, 2019. [Letra de música]
FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. São Paulo: Paz e Terra, 1996.
GOMES, Nilma Lino. Educação, identidade negra e formação de professores: diálogos com o multiculturalismo. In: GOMES, Nilma Lino (Org.). Pele negra, máscara branca: identidade racial e educação. Belo Horizonte: Autêntica, 2005. p. 55–72.
GONZALEZ, Lélia. A mulher negra na sociedade brasileira. In: EVARISTO, Conceição; RAMOS, Júlio Tavares (Org.). Lélia Gonzalez. São Paulo: Zahar, 2020. (Texto originalmente de 1988).
HOOKS, bell. Ensinando a transgredir: a educação como prática da liberdade. Tradução: Heci Regina Candiani. São Paulo: WMF Martins Fontes, 2018.
MUNANGA, Kabengele. Rediscutindo a mestiçagem no Brasil: identidade nacional versus identidade negra. Petrópolis: Vozes, 1999.
MUNANGA, Kabengele. Uma abordagem conceitual das noções de raça, racismo, identidade e etnia. In: SILVA, Petronilha B. Gonçalves da (Org.). Educação das relações étnico-raciais: reflexões e propostas. Brasília: MEC/SECAD, 2004. p. 15–38.
NASCIMENTO, Abdias do. O genocídio do negro brasileiro: processo de um racismo mascarado. 2. ed. São Paulo: Perspectiva, 1980.
NOGUEIRA, Renato; CARVALHO, Carlos Roberto de; SALES, Sandra Regina (Orgs.). Relações étnico-raciais e educação: caminhos abertos pela Lei 10.639/03. Rio de Janeiro: DP&A, 2008. ISBN 9788581280103.
NOGUEIRA, Renato. Mulheres e deusas: o feminino na filosofia africana e afro-brasileira. Petrópolis: Vozes, 2017.
RODRIGUES JÚNIOR, Luiz Rufino. Exu e a pedagogia da encruzilhada. Petrópolis: Vozes, 2020.
SANTOS, Cássia Virgínia Tavares dos. A escola e o racismo religioso: reflexões sobre o silêncio e o medo. Revista da ABPN, v. 12, n. 32, p. 121–137, 2020. Disponível em: <https://abpnrevista.org.br>. Acesso em: 28 abr. 2025
SANTOS, Jocélio Teles dos. Religião, cultura e tolerância: desafios para a diversidade religiosa na escola. In: VIEIRA, Marilena Chauí (Org.). Religião e espaço público. São Paulo: Fundação Perseu Abramo, 2020. p. 117–133.
SILVA, Petronilha B. Gonçalves da; GOMES, Nilma Lino. Educação das relações étnico-raciais: reflexões e propostas. Brasília: MEC/SECAD, 2016.
Downloads
Published
How to Cite
Issue
Section
License
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos: Autores mantêm os direitos autorais e concedem à RHET o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Creative Commons Attribution License, que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria do trabalho e publicação inicial nesta revista. Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista. Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.:em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) após o processo editorial, já que isso pode aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado (Veja o Efeito do Acesso Livre). Autores são responsáveis pelo conteúdo constante no manuscrito publicado na revista. Autores são responsáveis por submeter os artigos acompanhados de declaração assinada de um revisor da língua portuguesa, declaração assinada do tradutor da língua inglesa e declaração assinada do tradutor da língua espanhola ou francesa.
