BEM VIVER E EDUCAÇÃO DECOLONIAL: POR OUTROS CAMINHOS EPISTÊMICOS
Palavras-chave:
Educação decolonial, Pluriversalidades, Bem viver, Povos indígenasResumo
É premente a construção de novas perspectivas que culminem em propostas de educação decolonial. Defendemos o Bem Viver indígena como uma possibilidade perceber e valorizar as pluriversalidades. A investigação empreendida foi balizada nos estudos sobre colonialidade, de Quijano (2005; 2002), e em outras perspectivas decoloniais, como a de Mignolo (2008), Escobar (2005), entre outros. Os resultados das reflexões realizadas apontaram a compreensão de que o lugar geográfico e social que cada um de nós ocupa na sociedade pode desvelar diferentes maneiras de se relacionar com a terra, com a natureza e com o coletivo, revelando, portanto, outros caminhos possíveis para a construção de um outro mundo pautado na equidade, na justiça social e no bem comum. Portanto, o caminho é árduo, requer luta e estratégias de enfrentamento para a desconstrução dos padrões destrutivos que foram criados pelo sistema-mundo-capitalista-colonial, tornando imprescindível o investimento nos processos educativos e na discussão de uma renovação curricular com bases também em outras matrizes filosóficas e epistêmicas, para que este mundo utópico tenha possibilidade de ser erigido.Downloads
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