BEM VIVER E EDUCAÇÃO DECOLONIAL: POR OUTROS CAMINHOS EPISTÊMICOS

Autores

Palavras-chave:

Educação decolonial, Pluriversalidades, Bem viver, Povos indígenas

Resumo

É premente a construção de novas perspectivas que culminem em propostas de educação decolonial. Defendemos o Bem Viver indígena como uma possibilidade perceber e valorizar as pluriversalidades. A investigação empreendida foi balizada nos estudos sobre colonialidade, de Quijano (2005; 2002), e em outras perspectivas decoloniais, como a de Mignolo (2008), Escobar (2005), entre outros. Os resultados das reflexões realizadas apontaram a compreensão de que o lugar geográfico e social que cada um de nós ocupa na sociedade pode desvelar diferentes maneiras de se relacionar com a terra, com a natureza e com o coletivo, revelando, portanto, outros caminhos possíveis para a construção de um outro mundo pautado na equidade, na justiça social e no bem comum. Portanto, o caminho é árduo, requer luta e estratégias de enfrentamento para a desconstrução dos padrões destrutivos que foram criados pelo sistema-mundo-capitalista-colonial, tornando imprescindível o investimento nos processos educativos e na discussão de uma renovação curricular com bases também em outras matrizes filosóficas e epistêmicas, para que este mundo utópico tenha possibilidade de ser erigido.

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Biografia do Autor

Lorranne Gomes da Silva, Universidade Estadual de Goiás (UEG)

Pós-Doutora em Geografia pela Universidade Federal de Goiás (UFG). Professora dos cursos de graduação e mestrado em Geografia (PPGEO) e do Mestrado em Ambiente e Sociedade (PPGAS) da Universidade Estadual de Goiás (UEG) e coordenadora do Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência (PIBID). É Membro da Rede Internacional Territórios Possíveis, da Universidade de La Plata da Colômbia. Desenvolve pesquisas sobre povos indígenas do Brasil, turismo em terras indígenas, educação escolar indígena, comunidades tradicionais, diversidade, cultura, cidadania e meio ambiente e Geografia Cultural.

Sélvia Carneiro de Lima, Instituto Federal de Goiás (IFG)

Doutora em Geografia pela Universidade Federal de Goiás (UFG). Professora do Instituto Federal de Goiás - Campus Inhumas (IFG) e coordenadora da Comissão Permanente de Políticas de Promoção da Igualdade Étnico-racial na mesma instituição. Membro dos grupos de estudos e pesquisas "História indígena e história ambiental: interculturalidade crítica e decolonialidade" (UFG) e "Reexistência: grupo de estudos sobre negros e povos indígenas (IFBA). Desenvolve pesquisas sobre literatura indígena brasileira contemporânea, povo indígena Karajá de Aruanã, povos indígenas do Brasil, educação escolar indígena, relações étnico-raciais, cultura, território e territorialidades.

Ludimila Stival Cardoso , Centro Universitário de Goiás (Uni-Anhanguera)

Doutora em História pela Universidade Federal de Goiás (UFG) e Mestre em comunicação pela mesma instituição. Graduada em Relações Internacionais pela Universidade Católica de Goiás (PUC-GO). Atualmente é professora no Centro Universitário de Goiás (Uni-Anhanguera), no Centro Universitário (UniAlfa) e na Pós-Graduação Lato Sensu da Universidade Católica de Goiás (PUC-GO).

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Publicado

28-12-2025

Como Citar

Gomes da Silva, L., Carneiro de Lima, S., Stival Cardoso , L., & Batista e Silva, A. (2025). BEM VIVER E EDUCAÇÃO DECOLONIAL: POR OUTROS CAMINHOS EPISTÊMICOS. Revista Homem, Espaço E Tempo, 2(19). Recuperado de //rhet.uvanet.br/index.php/rhet/article/view/732

Edição

Seção

DOSSIÊ EDUCAÇÃO PARA RELAÇÕES ÉTNICO-RACIAIS E A CONSTRUÇÃO DE UM BRASIL DEMOCRÁTICO E POPULAR: TERRITÓRIO, INTERCULTURALIDADE E SABERES QUE VÊM DAS MARGENS