O DUALISMO PLATÔNICO FRENTE À ONTOLOGIA DOS PHISIÓLOGOS
Resumo
Este artigo tem como principal objetivo evidenciar o aspecto dualístico do pensamentode Platão como um aprofundamento qualitativo na compreensão das questõesconcernentes à totalidade, já tratadas pelos filósofos anteriores. Tal exposição é feitatendo como fio condutor um dos diálogos da fase de maturidade do nosso autor, asaber, o Fédon. Nesta obra encontramos Sócrates, personagem de Platão,deparando-se com a questão crucial do existir humano, a morte. A partir desteproblema é tecida uma série de ponderações sobre a imortalidade da alma, a fim demostrar que o real não se restringe a natureza enquanto dados sensíveis. Mas, queencontra o seu sentido em uma realidade, cuja característica fundamental seria a deser inteligível. Com efeito, o trabalho do filósofo seria o de se afastar ao máximo dasilusões oferecidas pela sensibilidade e de procurar aquilo que permanece sempre domesmo modo. Este esforço em busca do eterno seria a garantia de que, após estaexistência, usufruir-se-ia o contato direto e permanente com o divino através da alma.A questão acerca da morte, contudo, não é o fulcro do nosso trabalho. Ativemo-nos aoconfronto estabelecido no interior do Fédon entre Sócrates e aqueles que procurarama razão de ser das coisas na própria physis, a saber, os phisiólogos. Isso feito com ointuito de compreendermos os motivos que levaram Platão a postular a existência deum mundo metaempírico como necessário para compreensão adequada do Ser. Feitoo confronto percebemos que, embora bastante influenciado pelos physicoi, o nossoautor abandona o ponto de vista dos filósofos da natureza por considerá-lo uma visãoparcial da realidade; passando, então, a compreender o Ser como uma dualidade:sensível e inteligível. Nesta concepção da totalidade, a imortalidade da alma seconstitui um pressuposto essencial, pois é por meio dela que participamos plenamenteda realidade inteligível.Downloads
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