JOGO DE “DAMAS” - PROSTITUIÇÃO FEMININA E TRAVESTI NUM TRECHO DA BR 222, NO MUNICÍPIO DE SOBRAL – CE

Autores

  • Francisco Jander Nogueira, Antonio George Lopes Paulino

Resumo

O município de Sobral conta hoje, de acordo com a Associação Sobralense dasTrabalhadoras do Sexo, com uma média de trinta pontos de prostituição, distribuídos em diversos bairros, onde é possível encontrar garotas de programa e travestis que têm como fonte de renda a atividade prostitutiva. O presente trabalho incide um olhar sobre os conflitos e as cumplicidades que têm lugar na relação travada entre garotas de programa e travestis, mais precisamente as que “batalham” nos postos de combustível Berverly Hills e Barbarellas, situados na BR-222, na altura do quilômetro 220, no município de Sobral – CE, locais estes que se tornaram um locus privilegiado para a pesquisa, por possuirem um grande número de profissionais do sexo diariamente, desenvolvendo uma prostituição exclusivamente noturna e autônoma. Este fenomêno me permite observar uma série de características peculiares à dinâmica social do espaço e como a clientela das profisionais do sexo é garantida, fatores que fazem com que este tipo de prostituição seja atrativo, configurando os postos de combustível pesquisados como espaços extremamente disputados.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

ANJOS JR., Carlos Silveira Versiani dos. A Serpente Domada: um estudo sobre a

prostituta de baixo meretrício. Fortaleza: UFC, 1983.

BOURDIEU, Pierre. A Dominação masculina. Educação e Realidade. São Paulo, v. 20, n.

, 1995.

______ . O Poder simbólico. São Paulo: Bertrand Brasil, 1989.

BOURDIEU, Pierre e PASSERON, Jean-Claude, "A reprodução. Elementos para uma

teoria do sistema de ensino", Lisboa, 1970.

BOZON, Michel. Sociologia da Sexualidade. Rio de Janeiro: Fundação Getúlio Vargas,

CORADINI, Lizabete. Redes de Sociabilidade e Apropriação do Espaço em uma Área

Central de Florianópolis. Florianópolis, Dissertação de Mestrado, UFSC, 1992.

COSTA, Simone Pereira. Apontamentos Para Uma Leitura de Georg Simmel. Diálogos.

UEM. Maringá, 1999, vol. 03, pp. 291 – 307.

D’AMORIM, Maria Alice. Cognição Social, Estereótipos de Gênero e Sexismo. Revista

Ciências Sociais. Rio de Janeiro, v.2, n.2, p.156 – 165. Dez. 1996.

DENIZART, Hugo. Engenharia Erótica; travestis no Rio de Janeiro. Rio de Janeiro: Jorge

Zahar Editor, 1998.DIMENSTEIN, Gilberto. Meninas da Noite – A prostituição de meninas-escravas no

Brasil. São Paulo: Ática, 1992.

DURKHEIM, E. A Divisão do Trabalho Social. Lisboa: Editorial Presença, 1984. (2 vols).

__________. “A transição da solidariedade mecânica à orgânica”, in O. Ianni (org.), Teoria

de Estratificação Social. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 1978. Pp. 51-66.

FOUCAULT, Michel. História da Sexualidade I: a vontade de saber. Trad. bras. Maria

Thereza da Costa Albuquerque e J. A. Guilhon Albuquerque. Rio de Janeiro: Graal, 1985.

GUATTARI, Félix. Espaço e poder – a criação de territórios na cidade. Espaço & Debates,

nº 16, São Paulo, 1985.

HAMMSTEDT, O. e DAHME, H. J. A Modernidade Atemporal dos Clássicos da

Sociologia: Reflexões sobre Durkheim, Tönnies, Weber e especialmente Simmel. In:

Simmel e a Modernidade SOUZA, Jessé e OLZE, Berthold (orgs.). Brasília: Ed.

Universidade de Brasília, 1998. Pp. 191 – 223.

HEILBORN, Maria Luiza, organizadora. Sexualidade: O olhar das ciências sociais. Rio de

Janeiro: Jorge Zahar Ed., 1999.

LOYOLA, Maria Andréa. A Sexualidade nas Ciências Sociais. Rio de Janeiro: Ed. UERJ,

(Coleção saúde & Sociedade).

MALINOWSKI, Bronislaw. Argonautas do Pacífico Ocidental: um relato do

empreendimento e da aventura dos antivos nos arquipélagos da Nova Guiné Melanésia.

São Paulo: Abril Cultural, 1986. (Coleção Os Pensadores)

MARX, Karl. O capital – I. 2ª. Edição. São Paulo: Nova Cultural, 1986.

OLIVEIRA, N. M. de. Damas de Paus: o jogo aberto dos travestis no espelho da mulher.

Salvador: Centro Editorial e Didático da UFBA, 1994.

PARKER, Richard G. Corpos, Prazeres e Paixões. A Cultura Sexual no Brasil

Contemporâneo. Editora Best Seller, 3ª edição, São Paulo, 1991.

PEREIRA, Armando. Prostituição: uma visão global. 2ª ed. Rio de Janeiro: Pallas, 1976.

PERLONGHER, Nestor. O Negócio do Michê - A Prostituição Viril em São Paulo. Editora

Brasiliense, São Paulo, 1987.

PRATT, Mary Louise. Os olhos do império. Relatos de viagem e transculturação.

Tradução de Jézio Hernani Bonfim Gutierre; revisão técnica Maria helena Machado,

Carlos Valero. Bauru, SP: EDUSC, 1999.

RAGO, Margareth. Os prazeres da Noite: prostituição e códigos da sexualidade feminina

em São Paulo (1890-1930). Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1991.

SILVA, H. Travesti: a invenção do feminino. Rio de Janeiro: Relume-Dumará, 1993.

VALE, Alexandre Fleming Câmara. No escurinho do cinema: cenas de um público

implícito. São Paulo: Annablume; Fortaleza: Secretaria de Cultura e Desporto do Estado

do Ceará, 2000.

VELHO, Gilberto. Desvio e divergência: uma critica da patologia social. Rio de Janeiro,

Zahar, 1979.WEBER, Max. Economia y sociedad: esbozo de sociologia comprensiva. Trad. José

Medina Echavarria et al. 2.ed. México: Fondo de Cultura Económica, 1984.

______. Ensaios de sociologia. Org. Int. H.H. Gerth e Wright Mills. Trad. Waltensir Dutra.

ed. Rio de Janeiro: Guanabara, 1982.

Downloads

Como Citar

Antonio George Lopes Paulino, F. J. N. (2018). JOGO DE “DAMAS” - PROSTITUIÇÃO FEMININA E TRAVESTI NUM TRECHO DA BR 222, NO MUNICÍPIO DE SOBRAL – CE. Revista Homem, Espaço E Tempo, 2(2). Recuperado de //rhet.uvanet.br/index.php/rhet/article/view/46

Edição

v. 2 n. 2 (2008)

Seção

ARTIGOS

Licença

Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos: Autores mantêm os direitos autorais e concedem à RHET o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Creative Commons Attribution License, que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria do trabalho e publicação inicial nesta revista. Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista. Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.:em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) após o processo editorial, já que isso pode aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado (Veja o Efeito do Acesso Livre). Autores são responsáveis pelo conteúdo constante no manuscrito publicado na revista. Autores são responsáveis por submeter os artigos acompanhados de declaração assinada de um revisor da língua portuguesa, declaração assinada do tradutor da língua inglesa e declaração assinada do tradutor da língua espanhola ou francesa.