O DUALISMO PLATÔNICO FRENTE À ONTOLOGIA DOS PHISIÓLOGOS

Autores

  • José Soares das Chagas

Resumo

Este artigo tem como principal objetivo evidenciar o aspecto dualístico do pensamentode Platão como um aprofundamento qualitativo na compreensão das questõesconcernentes à totalidade, já tratadas pelos filósofos anteriores. Tal exposição é feitatendo como fio condutor um dos diálogos da fase de maturidade do nosso autor, asaber, o Fédon. Nesta obra encontramos Sócrates, personagem de Platão,deparando-se com a questão crucial do existir humano, a morte. A partir desteproblema é tecida uma série de ponderações sobre a imortalidade da alma, a fim demostrar que o real não se restringe a natureza enquanto dados sensíveis. Mas, queencontra o seu sentido em uma realidade, cuja característica fundamental seria a deser inteligível. Com efeito, o trabalho do filósofo seria o de se afastar ao máximo dasilusões oferecidas pela sensibilidade e de procurar aquilo que permanece sempre domesmo modo. Este esforço em busca do eterno seria a garantia de que, após estaexistência, usufruir-se-ia o contato direto e permanente com o divino através da alma.A questão acerca da morte, contudo, não é o fulcro do nosso trabalho. Ativemo-nos aoconfronto estabelecido no interior do Fédon entre Sócrates e aqueles que procurarama razão de ser das coisas na própria physis, a saber, os phisiólogos. Isso feito com ointuito de compreendermos os motivos que levaram Platão a postular a existência deum mundo metaempírico como necessário para compreensão adequada do Ser. Feitoo confronto percebemos que, embora bastante influenciado pelos physicoi, o nossoautor abandona o ponto de vista dos filósofos da natureza por considerá-lo uma visãoparcial da realidade; passando, então, a compreender o Ser como uma dualidade:sensível e inteligível. Nesta concepção da totalidade, a imortalidade da alma seconstitui um pressuposto essencial, pois é por meio dela que participamos plenamenteda realidade inteligível.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

BAUMGARTEM, Alexander Gottliebe. Estética: a lógica da arte e do Poema.

Tradução Mirian Sutter Medeiros, Rio de Janeiro: Vozes, 1993.

CHAUI, Marilena. Introdução à História da Filosofia: dos Pré-socráticos a

Aristóteles. 2o ed. São Paulo: Companhia das Letras, 2002.LARA, Tiago Adão. Caminhos da Razão no Ocidente: a Filosofia nas suas

Origens Gregas, Petrópolis: Vozes, 1989.

PAULO, Margarida Nichele. Indagação sobre a Imortalidade da Alma em

Platão, Porto Alegre: EDIPUCRS, 1996, Filosofia: 39.

Platão - Vida e obra. Tradução sob a licensa de Hermus Editora Ltda, São

Paulo: Abril Cultural, 1996, Os Pensadores.

PLATÃO. República. 8o ed. Tradução de Maria Helena da Rocha Pereira,

Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 1949.

_______. Fédon. Tradução sob a licença de Hermus Editorial Ltda, São Paulo:

Nova Cultural, 1996, Os Pensadores

_______. Fedro. Tradução de José Ribeiro Ferreira, Lisboa: Edições 70, 1997,

Clássicos Gregos e Latinos

_______. Mênon. Tradução de Jorge Paleikat, Rio de Janeiro: Ediouro, 1996

_______. O Banquete. Tradução de José Cavalcante de Sousa, Jorge

Paleikate e João Cruz Costa, São Paulo: Abril Cultural, 1983, Os Pensadores

_______. Teeteto. 2° ed. Tradução de Fernando Melro, Lisboa: Inquérito, sd

PORTO, Maria Veralúcia Pessoa. O Homem e o Cidadão em “A República” de

Platão. Dissertação de mestrado apresentada a UECE, Fortaleza: 2001.

ROBLEBO, Antônio Gomes. Platon, Cidade do México: FCE, 1986.

REALE, Giovanni & ANTISERI, Dario. História da Filosofia: Antiguidade e

Idade Média. V.I., 3o ed., São Paulo: Paulus, 1990.

SOARES, Antônio Jorge. Dialética, Educação e Política: uma Releitura de

Platão. São Paulo: Cortez, 1999

Downloads

Como Citar

das Chagas, J. S. (2018). O DUALISMO PLATÔNICO FRENTE À ONTOLOGIA DOS PHISIÓLOGOS. Revista Homem, Espaço E Tempo, 3(2). Recuperado de //rhet.uvanet.br/index.php/rhet/article/view/65

Edição

Seção

ARTIGOS